Arquivo

Archive for 21/02/2016

JUBILEU DA MISERICÓRDIA: Reconciliação

REF-F--1

Um dos capítulos do Catecismo da Igreja Católica (CIC) é dedicado aos “sacramentos da cura”: Penitência/Reconciliação (1422 – 1498) e Unção dos Enfermos (1499 – 1532). No âmbito do Ano da Misericórdia e na proximidade da celebração destes sacramentos, será sempre útil reler, individualmente ou em grupo, e divulgar tais parágrafos, não apenas para conhecer a doutrina da Igreja, mas também para melhor preparar a sua celebração.

O Papa Bento XVI, no Discurso à Penitenciária Apostólica, em 9 de Março de 2012, afirmou o seguinte: “O sacramento da Reconciliação, que se inspira numa consideração da condição existencial pessoal concreta, contribui de modo singular para aquela ‘abertura do coração’ que permite dirigir o olhar para Deus a fim de que entre na vida. A certeza de que Ele está próximo e, na sua misericórdia, atende o homem, mesmo o envolvido no pecado, para curar as suas enfermidades com a graça do sacramento da Reconciliação, é sempre uma luz de esperança para o mundo”.

A consciência do pecado que leva ao reconhecimento da culpa é condição sine qua non para pedir e esperar o perdão. E aqui se encontra uma das dificuldades experimentadas neste ambiente pouco sensível ao uso da consciência: humildade para se reconhecer pecador e coragem para pedir perdão.

Deixando para outro dia a referência às dificuldades que podem ser encontradas na vivência deste sacramento, a partir da leitura de algumas páginas do livro “A confissão – Sacramento da Misericórdia”, do Conselho Pontifício para a Promoção da Nova Evangelização (pp.16-21), poder-se-ia antes, neste breve texto, sublinhar diferentes realidades experimentadas por aqueles que se abeiram deste sacramento:

– Gratuidade. O perdão de Deus não pode ser adquirido, mas só implorado e recebido. Nesse sentido, o pecador está diante de um dom que o levará à gratidão;

– Luz. A misericórdia não é um vago sentimento que se instala e recebendo a remissão dos pecados, o homem é iluminado com a luz de Deus e torna-se capaz de ver o caminho e descobrir o sentido;

– Verdade. A súplica do perdão dirigida a Deus mantém vigilante a consciência do cristão sobre a verdade da sua condição pecadora. Tal como nos disse S. Paulo, não basta querer fazer o bem para evitar o mal. Atenção e vigilância nunca serão demais;

– Regeneração. Este sacramento renova a graça do Baptismo e consagra no caminho pessoal e eclesial de conversão. Trata-se de um sacramento de cura que acompanha na sequela de Cristo, amparando quem está marcado pela fragilidade e debilidade;

– Comunhão. O perdão oferecido por Deus nunca é uma realidade puramente individualista. O perdão de Deus é recebido no seio e mediante a Igreja. A reconciliação aviva a comunhão da comunidade. O eu do crente é inseparável do nós da comunidade;

– Admiração. Em Cristo, a revelação do pecado e do seu mistério individual e colectivo não pode ser separada da salvação que Cristo nos oferece. O cristão não teme tomar consciência pessoal do pecado e dele se confessar, porque está seguro da sua salvação. Nesse sentido, a par da confissão do pecado há lugar para a admiração agradecida.

JD, in Voz de Lamego, ano 86/13, n.º 4350, 16 de fevereiro de 2016

Semana Nacional Cáritas | Mensagem da Cáritas de Lamego

Semana_Nacional_Cáritas

Ao celebrarmos o Ano Jubileu Extraordinário da Misericórdia, convocado pelo Papa Francisco, e no início de uma das épocas mais importantes do mundo católico – A Quaresma – procuremos, como refere o nosso Bispo D. António Couto, fazer deste período “um tempo de diferença e não de indiferença.”

Imbuídos deste espírito, não esqueçamos aqueles que tanto precisam da nossa solidariedade e apoio em momentos frágeis das suas vidas, muitas vezes porque a própria vida fez com que tudo se alterasse, pelas mais variadas razões.

Uma vez mais e dando continuidade a uma das múltiplas missivas da Cáritas Portuguesa e Cáritas Diocesanas, em 2016, a Semana Nacional Cáritas, decorrerá sob o lema “Cáritas: Coração da Igreja no Mundo”, entre os dias 21 e 28 de Fevereiro.

Como é referido na mensagem de D. José Traquina, Bispo Auxiliar de Lisboa, vogal da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana e Responsável pelo Acompanhamento da Cáritas, “Ao vivermos o dinamismo da misericórdia, o nosso coração não se pode fechar. Nunca se pode fechar. É um coração capaz de ver e de sentir as dores dos outros; é um coração que só sabe viver no Mundo, Contemplando o Mundo e dando graças a Deus por ele ser tão belo!

O nosso coração nunca se pode alhear da sorte dos homens, das mulheres e das crianças a que chamamos nossos irmãos e irmãs. O nosso coração, o coração da Igreja, está no Mundo em que vivemos, cuidando da Criação e dos pobres, como nos recomenda o Papa Francisco.

Esse coração é amor, porque Deus é amor (I Jo 4,8b).”.

Sejamos solidários e deixemos o nosso contributo nos ofertórios das Eucaristias dos dias  27 e 28, com o coração cheio de amor e com vontade de ajudar, conscientes de que a  “A Cáritas é o coração da Igreja no Mundo.”

Nota: Na Semana Nacional Cáritas, decorrerá também uma sessão de reflexão subordinada ao tema: “Encontro Pastoral Social Cáritas”, no dia 23 de Fevereiro, no Salão Paroquial de Almacave, em Lamego e destinado a todos grupos sócio caritativos, Conferências Vicentinas, e todos aqueles que, de uma forma ou outra, desejem enriquecer o seu saber sobre a forma como estar junto daqueles que mais precisam.

A Presidente da Cáritas Diocesana de Lamego

Isabel Duarte Mirandela da Costa

 

in Voz de Lamego, ano 86/13, n.º 4350, 16 de fevereiro de 2016