Seminário de Resende: Festa de Nossa Senhora de Lourdes | 2016
Como é já tradição do Seminário Menor de Resende, realizou-se no passado dia 13 de fevereiro a festa de Nossa Senhora de Lourdes, padroeira do Seminário.
Dado que este ano se celebra a Misericórdia, o tema central do dia foi precisamente esse. Assim a conferência do Pe. António Jorge, mais conhecido por Padre Tó-Jó, Reitor do Seminário Maior de Viseu, que abriu o dia, incidiu sobre o lema do atual ano letivo no seminário, “Discípulos da Misericórdia”. A palestra frisou diversos pontos relativos à Misericórdia de Deus e do seu rosto, que se tornou concreto em Cristo, e do rosto de Maria, assim como a importância da mesma nas nossas vidas, nomeadamente na caminhada vocacional.
De seguida celebrou-se a Eucaristia presidida pelo Sr. Bispo Emérito de Lamego, D. Jacinto Botelho, e concelebrada por vários sacerdotes, entre eles alguns párocos dos seminaristas.
No final da celebração foi inaugurada uma imagem em granito de Nossa Senhora de Lourdes que vem presidir ao átrio do Seminário.
Foi servido, então, o almoço aos convidados, que no final foram brindados com uma atuação da Afontuna, a tuna do Externato D. Afonso Henriques (Resende). O programa do dia não esqueceu a parte recreativa, já que, à tarde, os seminaristas, párocos, pais e outros familiares tiveram oportunidade de participar num jogo de futebol. Por fim, o dia terminou com uma oração mariana em que as mães fizeram um ato de consagração dos seminaristas a Nossa Senhora.
Um olhar é quanto baste
Para a alguém conhecer.
Um olhar é muito pouco,
Mas é muito se acontecer.
É um momento singular.
São vidas em segundos
Vividas sem reparar
Que não passam do olhar
Visitado por nós, a fundo.
Há olhares que cativam.
Fascinam, prendendo a atenção.
Esses correm apressadamente
Diretos ao nosso coração.
Por vezes, entram honestos.
Outras vezes nos mentindo.
Assim, uns connosco ficam.
Os outros se desvanecem
Depois de uma eternidade ferindo.
Estes são os olhares que magoam
E atacam sem remorso algum.
Que olham de lado e destroem
Cada pedaço do que somos
Partindo-os um a um.
Aí, há os olhos que choram…
Todos os olhos choram…
Eles choram pois têm almas
Que passam vidas sofridas.
Então tornam-se em fontes
De água para curar as feridas
Que, sentidas, para sempre marcam.
Por fim há o olhar que vê
Enchendo-se de luz, maravilhoso.
Repleto de amor e de claridade
Olha para todos, misericordioso.
Neste não há lágrimas,
Não há violência,
Não há falsidade.
É maior do que todos,
Não se impõe
E transborda felicidade.
E mesmo que tudo desapareça,
O mundo acabe, se desvaneça,
Este olhar permanecerá.
Um olhar é quanto baste
Para a alguém conhecer.
Um olhar é muito pouco,
Mas é muito se acontecer.
É todo um tempo singular
Na nossa vida, que é um segundo
E vivemos sem reparar
Nesse constante e atento olhar
Que nos conhece até ao fundo.
Nunca nos vai desamparar
Esse olhar que não some.
Por Deus se pode conhecer
Mas Misericórdia é o seu nome.
Ilídio M. C. Ferreira, Seminarista do 12º ano
in Voz de Lamego, ano 86/13, n.º 4350, 16 de fevereiro de 2016