MISSÃO CURATIVA | Editorial Voz de Lamego | 9 de fevereiro
A edição desta semana entra na Quaresma, mas em vésperas do Dia Mundial do Doente, acontecimentos celebrados no decorrer do Ano Santo da Misericórdia, pelo que são estes três pilares que estruturam e envolvem o Jornal Diocesano: Mensagem de D. António Couto para a Quaresma 2016, definindo o destino da renúncia quaresmal; Mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Doente; algumas iniciativas específicas do Jubileu da Misericórdia nos diferentes Arciprestados que constituem a Diocese.
Muitos outros textos de reflexão e notícias, da Diocese e da Região, podem encontrar-se na edição impressa da Voz de Lamego. O Editorial, proposto pelo nosso Diretor, é o pórtico de entrada para a leitura do jornal, partindo da Mensagem papal e passando pelo livro de Jose António Pagola.
MISSÃO CURATIVA
Na próxima quinta-feira, 11 de fevereiro, a Igreja vive a XXIV Jornada Mundial do Doente e, pela voz do Papa, convida todos a “Confiar em Jesus misericordioso, como Maria: ‘Fazei o que Ele vos disser’ (Jo 2, 5)”.
Um dia que procura demonstrar a solicitude eclesial pelo mundo dos doentes e desamparados, convidando a ultrapassar a apatia ou a indiferença que tende a instalar-se nesta sociedade onde a competição e o bem-estar parecem não ter tempo nem lugar para os que perdem as forças. O mal alheio incomoda e é desagradável; o sofrimento interpela e pode estorvar numa sociedade sem misericórdia.
A doença – física, psíquica ou moral – é sinónimo de sofrimento que, não raras vezes, põe à prova a fé do crente. Porque, tal como escreve o Papa, a doença pode levar a “pensar que tudo está perdido, que já nada tem sentido”.
A solicitude pastoral por este mundo da saúde e da doença, não pode ser assunto ou preocupação de um grupo, mas uma prioridade de toda a comunidade cristã. Daí que seja importante valorizar e multiplicar a proximidade efectiva e afectiva, capaz de combater o desespero e o anonimato e dar vez e voz aos que, socialmente, parecem já estar mortos.
E é neste âmbito que se pode falar de uma “missão curativa” e passar de uma “pastoral de doentes a uma pastoral da saúde”, tal como escreveu J. A. Pagola, no livro “Ide e curai – evangelizar o mundo da saúde e da doença” (Paulus, 2015).
Aqui fica uma palavra de louvor a quantos participam nessa missão curativa junto de doentes e limitados físicos através dos cuidados continuados que prestam, das visitas regulares que protagonizam, da partilha de bens e de tempo, do conforto que oferecem e da alegria e esperança que partilham.
in Voz de Lamego, ano 86/12, n.º 4349, 9 de fevereiro de 2016