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Catequese na Paróquia de Travanca: Deixai ódios, violências…
Era um vime ainda verde, que alguém usou tocando em mim de forma tão suave, que quase nem dei por isso. Baloiçava a medo pendurada d’ameia duma ponte romana e aí suspensa observava em simultâneo os movimentos na minha imagem (re)fletida nas águas límpidas da ribeira.
-Ai sr. Pe. Octávio que susto!
-A menina já viu bem o que estava a fazer? Como veio até aqui?
-E o sr. Pe. Onde vai? (tentando eu dissuádi-lo).
-Fui celebrar missa a Valverde.
-E, e vem a pé?
-Claro, que remédio. Não tenho burro nem cavalo. Vá não volte a empoleirar-se na ponte. Se o pai sabe!!! Se contar à sua catequista, não vai acreditar…
Hoje, catequista, sou eu também. Consequentemente numa freguesia onde o novo e recente sacerdote se apresentou em setembro e, naõ de burro, nem a cavalo, mas de mota… e de estilo envelhecido. 56 anos, repito : cinquenta e seis anos depois! Fiquei indignada ao confrontar-me com esta realidade. E, mais: aspeto humilde, novo, novo demais para tanta responsabilidade, semblante carregado, frágil também… e digo para mim própria: -mais um sacerdote “de pouca dura”. O tempo passou, as atividades recomeçaram na paróquia e agora constato exatamente que errei. Errei totalmente. O contrário!!! Eis a segunda atividade partilhada: ADVENTO (tema que anulou de vez a minha concepção àcerca do mesmo). Pessoa muito própria, muito íntegra, firme, segura, caráter e personalidade muito muito forte, impulsionador e um potencial de voz que jamais alguém pode adormecer onde se fizer ouvir.
Com basa nestas últimas características, a dinamização desenvolve-se a passos largos. A Catequese é acompanhada sob a sua alçada daí que nesta fase, pouco ou nada tem faltado. Senão, vejamos: desde uma largada de balões brancos por crianças a outra largada eu uma pomba-correio, mensageira da PAZ aquando desta temática e ambas acompanhadas musicalmente p’lo canto “É preciso renascer”.
Seguiu-se a JUSTIÇA, área que foi trabalhada de igual forma, intensamente. Desde a oferta solene de uma balança bem representativa, à Mulher de olhos vendados e ainda até declamação de poemas alusivos. A ALEGRIA, outro tema que esgotou o possível no contexto eucarístico com jograis de muito boa organização e expressão. Posteriormente, a FÉ, que embora sendo a última temática a tratar neste Advento, não só animou como até o silêncio “falou” mais alto. Encantou! Foi o verdadeiro colmatar nesta caminhada de preparação para a renovação da nossa própria fé. Que o diga o espaço físico destas celebrações; tem sido demasiado pequeno para uma assembleia tão grande! Todavia, o frio nunca foi razão nem pretexto para demover quem quer que fosse. Há que manter portais e portas abertas de par em par porque a assembleia não quer perder “pitada” mesmo não espaço no interior, como se de festa anual se tratasse.
Perante o exposto é justo afirmar: Bem Vindo sr. Pe. Fabrício Pinheiro à Paróquia de Travanca/Cinfães. Continue assim a promover e dinamizar de forma firme e hirta animado e animando, mas, também com flexibilidade simultaneamente como até então.
A nós, cabe apenas agradecer-lhe tanto empenho e num profundo Bem Haja, desejar-lhe votos felizes de um Bom Ano e a promessa, porém, de contar connosco enquanto intervenientes também desta missão de sucesso.
Catequese de Travanca, Cinfães,
in Voz de Lamego, ano 86/09, n.º 4346, 19 de janeiro de 2016
Arciprestado de Lamego | Ministros da Comunhão
No passado domingo, dia 17, ás 15h, cerca de 40 elementos de várias paróquias do Arciprestado de Lamego reuniram-se no Salão Paroquial da Sé, com o objetivo de iniciarem/aprofundarem a sua formação como Ministros Extraordinários da Comunhão.
Dirigiu a formação o P. Bouça Pires, acompanhado do P. Joaquim Assunção, que prenderam a nossa atenção com explicações pertinentes e exemplos esclarecedores sobre o Ministério em causa.
Dividida em 2 partes, na primeira abordou-se:
– a História e evolução da Igreja/ Eucaristia/ Assembleia Cristã , o modo como se foi formando e evoluindo a organização dos cristãos em estrutura eclesiática e as formas de rezar e louvar a Deus ao longo dos tempos e os motivos que levaram a essas mudanças
– o papel dos vários Ministros ( leitores, sacristão, zeladores, MEC, etc) e o seu caráter de auxiliadores do pároco e o seu papel junto das comunidades a que pertencem
– o papel específico dos MEC, que como o nome indica , são extraordinários, isto é só atuam em circunstâncias particulares, e sempre devidamente sancionadas pelo pároco; realçaram-se as condições que levam á formação dum MEC, nomeadamente
1 – ter mais de 25 anos, para que possa ter maturidade para entender a importância do ato que lhe irá ser confiado
2 – ser um bom exemplo de vida cristã, coerente com os valores da Igreja, crismado, participante assíduo na Eucaristia e outras iniciativas da Igreja
3 – consensual na comunidade, não fomentador de inimizades, tolerante e pacificador, aceite pelos seus irmãos
4 – capaz de exercer com dignidade e disponibilidade as responsabilidades que lhe serão confiadas, para o que será sujeito a formação adequada ( cerca de 1 ano )
5 – MUITO IMPORTANTE – mesmo com todas estas condições cumpridas, o convite para MEC deverá partir do pároco, pois só deverá haver o nº de MEC que a paróquia necessita e nunca mais do que é necessário; isto porque ser MEC é um SERVIÇO aos irmãos em que não deverá haver paroquianos que sejam MEC e não tenham atividade, pois não se trata de um posto de honra e orgulho, mas, repito de um serviço a Deus e aos irmãos.
6 – não é permanente; consoante as necessidades e as circunstâncias será renovado de 3 em 3 anos.
Na 2ª parte focaram-se aspetos mais práticos:
– como dar dignidade ao ato que vamos praticar
– abordagem psicológica da pessoa que vai receber a comunhão e dos seus acompanhantes em várias situações ( acamados, doentes , fase terminal, hospitalização, lares de idosos, etc)
– exemplos de situações inesperadas e como as resolver -apresentação de livros e material necessário
Terminamos com uma pequena pereginação á Sé, á Porta da Misericórdia, e participamos na Adoração ao Santíssimo Sacramento, exposto por se tratar do 3º domingo do mês.
Foi uma tarde de aprendizagem intensa, mas ainda não suficiente.
No primeiro sábado de Junho, no Seminário de Resende, toda a Diocese se reunirá para mais uma jornada de aprendizagem e reflexão. Entretanto vamos aprofundando os nossos conhecimentos com a bibliografia aconselhada e a nossa Fé com oração e meditação para que o Senhor nos dê força e valor para cumprirmos com zelo e dignidade as nossas obrigações.
SEJA LOUVADO O SENHOR NOSSO DEUS.
IM, in Voz de Lamego, ano 86/09, n.º 4346, 19 de janeiro de 2016