Da Mensagem do Santo Padre: Vence a indiferença e conquista a paz
Dia da Paz
Francisco recorda «pessoas mais frágeis da sociedade», como os reclusos, migrantes ou desempregados e apela a perdão da dívida para países mais pobres.
Como habitualmente, o Dia Mundial da Paz, fica também marcado pela mensagem que o Papa endereça ao mundo. A iniciativa comemora-se, este ano, pela 49.ª vez e o documento papal intitula-se “Vence a indiferença e conquista a paz”.
No texto, Francisco apela a uma “eliminação ou gestão sustentável” da dívida internacional dos Estados mais pobres, na sua mensagem para o Dia Mundial da Paz 2016: “Os líderes dos Estados são chamados também a renovar as suas relações com os outros povos, permitindo a todos uma efetiva participação e inclusão na vida da comunidade internacional, para que se realize a fraternidade também dentro da família das nações”.
O Papa deixou um “triplo apelo” aos responsáveis políticos, para que não procurem “arrastar os outros povos para conflitos ou guerras que destroem não só as suas riquezas materiais, culturais e sociais, mas também – e por longo tempo – a sua integridade moral e espiritual”.
Além do “apelo à eliminação ou gestão sustentável da dívida”, Francisco pede também a “adoção de políticas de cooperação que, em vez de submeter à ditadura dalgumas ideologias, sejam respeitadoras dos valores das populações locais e, de maneira nenhuma, lesem o direito fundamental e inalienável dos nascituros à vida”.
A mensagem defende depois a necessidade de “repensar as legislações” sobre os migrantes, lembrando que a clandestinidade “traz consigo o risco de os arrastar para a criminalidade”. Francisco espera que os Estados cumpram “gestos concretos, atos corajosos a bem das pessoas mais frágeis da sociedade, como os reclusos, os migrantes, os desempregados e os doentes”.
Relativamente aos reclusos, o texto propõe “medidas concretas” para melhorar as suas condições de vida nos estabelecimentos prisionais, prestando especial atenção àqueles que estão privados da liberdade à espera de julgamento.
Poucos dias depois do início do Jubileu da Misericórdia (dezembro 2015-novembro 2016), o Papa pede “gestos concretos” em favor dos que sofrem pela “falta de trabalho, terra e teto”.
“Penso na criação de empregos dignos para combater a chaga social do desemprego, que lesa um grande número de famílias e de jovens”, explica.
Segundo Francisco, a falta de trabalho” afeta “o sentido de dignidade e de esperança” de cada pessoa, denunciando a discriminação laboral das mulheres.
“Finalmente, quero convidar à realização de ações eficazes para melhorar as condições de vida dos doentes, garantindo a todos o acesso aos cuidados sanitários e aos medicamentos indispensáveis para a vida, incluindo a possibilidade de tratamentos domiciliários”, prossegue.
A mensagem deixa votos em favor de um “compromisso diário por um mundo fraterno e solidário”. “No espírito do Jubileu da Misericórdia, cada um é chamado a reconhecer como se manifesta a indiferença na sua vida e a adotar um compromisso concreto que contribua para melhorar a realidade onde vive”, conclui.
in Voz de Lamego, ano 85/55, n.º 4342, 22 de dezembro