Vaticano – CONVERSÃO | Editorial Voz de Lamego | 17 de novembro
No passado dia 14 de novembro, dentro da Semana dos Seminários (8 a 15 de novembro), realizou-se, no Seminário Maior de Lamego, a ASSEMBLEIA DO CLERO, tendo como principal orador o Pe. José Frazão Correia, sj (sacerdote jesuíta), Superior Provincial da Companhia de Jesus em Portugal. Assim sendo, a edição posterior à referida Assembleia dá-lhe o devido destaque, bem como à vivência da Semana dos Seminários.
Outro tema em destaque é a Visita Pastoral de D. António Couto na Paróquia de Santo Amaro de Alvite. Relembra-se que decorre a Visita Pastoral na Zona Pastoral de Moimenta da Beira e que se prolonga até abril do próximo ano.
O Editorial, do Pe. Joaquim Dionísio, traz à reflexão acontecimentos que expõem o Vaticano, sublinhando a necessidade e a urgência da conversão, a todos os níveis, conversão que começa por cada um, como bem sublinhava Madre Teresa de calcutá.
Vaticano – CONVERSÃO
Alguém questionou Madre Teresa de Calcutá sobre o que mudar na Igreja e ela respondeu: tu e eu! A resposta indica que todos os baptizados são Igreja e que há razões para mudar. A reforma da Igreja é mais do que a alteração de estruturas; deve, sobretudo, abranger comportamentos.
Por estes dias foram notícia alguns factos ocorridos no Vaticano, envolvendo pessoas e números. Já se sabe que a comunicação social tem a particularidade de divulgar o menos bom, belo e justo protagonizado por uns quantos, levando a que muitos tomem o todo pela parte.
Se a divulgação dos factos deve envergonhar e converter os protagonistas, também é verdade que fortalece a determinação de quem procura acabar com tais situações. E louva-se o empenho do Papa para pôr cobro a exageros, a gastos exorbitantes ou a mordomias pouco cristãs. O mundo é testemunha da sua sobriedade, embora o seu exemplo tarde em contagiar alguns próximos.
O escrutínio prévio dos nomeados, o acabar com certas regalias, o combate aos instalados e carreiristas, a rotatividade, a transparência e o controlo poderão contribuir para uma maior verdade.
Apesar dos limites dos seus membros, a Igreja continua a sua missão, protagonizando uma presença que vivifica e um serviço que respeita e eleva a dignidade humana. E quantas vezes o faz em circunstâncias difíceis, sem apoios, ao lado dos perseguidos, dos que sofrem, dos doentes e marginalizados.
A maioria dos bispos e sacerdotes e consagrados vive sem luxos, à vista de todos, no meio do povo cristão, testemunhando exemplos e histórias de vida que incarnam o evangelho. Acreditamos que, no Vaticano, muitos se inserem neste grupo e cumprem a sua missão de forma exemplar.
A comunicação social tem tendência a esquecer tais exemplos, mas sabemos quanto o mundo cresce e se eleva com tais vidas.
in Voz de Lamego, ano 85/51, n.º 4338, 17 de novembro