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Encontro de Catequistas do Arciprestado de Lamego
Decorreu no passado dia 7 de Novembro uma Ação de Sensibilização para Catequistas do Arciprestado de Lamego que veio a congregar 78 catequistas das diversas paróquias que o compõe.
A formação catequética torna-se um elemento cada vez mais necessário ao exercício do múnus do Catequistas que, têm de adequar os seus conhecimentos na área da Metodologia Catequética, para que seja possível elaborar uma sessão de Catequese devidamente enquadrada com os objectivos que norteiam os atuais catecismos, de uma maior exigência teórica- prática, mantendo acima de tudo a face de Testemunha da Mensagem que levam aos outros.
Foi muito gratificante encontrar um grupo maioritariamente jovem, o que demonstra o interesse das paróquias e dos párocos em fazer a actualização de todos os que são responsáveis pela evangelização, como resposta aos apelos do Papa Francisco para uma Igreja renovada.
A formação passou pela reflexão sobre o método catequético, que teve a sua origem na forma de catequizar de Jesus Cristo, partindo da Experiência Humana de cada um para, fundamentada na Palavra de Deus, levar a uma mudança de vida, através da Expressão de Fé.
A necessidade intrínseca dos catequistas passa sempre pela necessidade de preparação de uma catequese prática e seus passos, pelo que, em trabalho de grupos, por ano catequético, foram feitas elaborações de uma catequese modelo para que se possa perceber o que lhe está subjacente.
Os atuais catecismos têm diversas especificidades e propostas que nem sempre se enquadram na realidade local onde na maioria das pequenas paróquias não existe um número ideal de catequizandos e onde nem seque se consegue frequência para todos os anos, por baixa da população local,l o que leva a que muitas vezes não possam ser aproveitados em todas as suas potencialidades e recursos de apoio existentes.
Há que acima de tudo, cumprir o apelo do Papa Francisco de que os Catequistas se tornem criativos na transmissão da Mensagem da Igreja, dinamizando a Catequese atractiva e agradável, mantendo sempre a Tradição da Igreja como comunicação entre gerações.
I.G.in Voz de Lamego, ano 85/50, n.º 4337, 10 de novembro
Semana dos Seminários 2015: à conversa com Diogo Rodrigues
No âmbito da Semana dos Seminários que estamos a viver, aqui deixamos algumas palavras de um dos nossos finalistas, o Diogo Rodrigues, seminarista do VI Ano e natural da paróquia de Lazarim, mais concretamente do lugar de Mazes.
- Na última etapa da tua caminhada, um breve balanço do que foi o teu percurso no Seminário.
O meu percurso de Seminário, não tem por assim dizer nada de especial, a não ser nos dias de hoje: entrei para o Seminário de Resende em 2005 para o 7º Ano com 12 anos, e aí passei 6 anos. Ao terminar o 12º Ano entrei neste Seminário Maior, em 2010. Ou seja, desde que saí da minha terra com 12 anos onde tinha frequentado a Telescola, não estudei nem vivi em mais lado nenhum a não ser no Seminário. Claro que o Seminário como a vida, tem sempre os seus «altos e baixos», mas com certeza que nos deixa sempre marcas…
- Durante dois anos frequentastes o Seminário interdiocesano, em Braga. Como viveste essa experiência?
A experiência em Braga foi bastante enriquecedora. Ao início foi uma descoberta, mesmo no modo de viver com as dioceses que formam o Seminário e com quem já contactávamos em Viseu, mas que era só no tempo lectivo. Depois porque o ambiente da Faculdade de Teologia é muito diferente do ambiente vivido no Instituto. Nele travamos conhecimento com muito mais pessoas, algumas que nem sequer seguem o percurso de Seminário, e depois pessoas até de um país e de uma cultura diferente. Claro que a experiência de viver em Seminário Interdiocesano ensina-nos muito, porque experimentamos a verdadeira comunhão eclesial que comporta realidades diferentes, pois há um contacto não só com os seminaristas de outras dioceses a tempo inteiro, mas também com outros sacerdotes e até mesmo com os senhores Bispos. Por outro lado o facto de não estarmos na nossa Diocese não nos pode levar a esquecer a nossa realidade e as nossas raízes. E penso que desde o início é necessário incutir nos jovens que vêm para o Seminário, e que ingressam no Seminário Interdiocesano, o amor pela sua Igreja diocesana.
- Perante a diminuição de seminaristas, como conseguir “chamar” para o Seminário?
Penso que o chamamento para o Seminário passa pelo testemunho que possamos dar enquanto Igreja, de que Cristo continua a chamar. Isto pode concretizar-se em levar a presença do Seminário (por exemplo, através de ações da Pastoral Vocacional) a todas as pessoas, e, sobretudo, que as comunidades sintam que o Seminário também é delas e que se lembrem sempre que o Seminário continua aberto. É certo que o “alvo” de uma Pastoral vocacional são os jovens, mas também todos devemos ter consciência de que devemos pedir ao Senhor da Messe que envie operários para a sua Messe.
- Olhando para diante, para a missão que se abre e te espera, que perspectivas acalentas?
A perspetivas levam-me a crer que devo sempre confiar no Senhor. Que me devo consciencializar que eu sou apenas um mero instrumento nas mãos de Deus e que tenho de ser dócil à sua Palavra. O que me reconforta é que o Senhor nunca nos abandona, mesmo nas horas mais escuras e situações mais difíceis. Embora, hoje tudo nos pareca mais difícil devido a tantos fatores (sobretudo a diminuição de pessoas nas Paróquias), devemos confiar sempre na providência de Deus.
in Voz de Lamego, ano 85/50, n.º 4337, 10 de novembro
Semana dos Seminários 2015: testemunho vocacional
Ainda hoje me questiono acerca do porquê de ter ido para o Seminário. Certamente que haveriam pessoas com maiores qualidades que as minhas. Porquê ser eu o escolhido? É certo que Deus não chama os melhores, mas sim os que Ele precisa.
Tudo começou no ano de 2004 com uma conversa que tive com o meu pároco, Pe. José Filipe Ribeiro. No final da Eucaristia Dominical, este lançou-me um convite para ir passar um fim-de-semana ao Seminário de Resende. Nesta altura tinha eu 10 anos e nunca ninguém me tinha falado do Seminário. Desta forma, deixei o meu pároco sem resposta.
Quando cheguei a casa questionei a minha mãe acerca do Seminário. Então ela referiu que era uma casa onde viviam rapazes da minha idade e que no fundo faziam tudo o que eu fazia na minha família. Claro, com algumas particularidades, tais como momentos de oração comunitários, responsabilidades a nível escolar, nos trabalhos da quinta e eram aqueles que se preparavam para um dia serem sacerdotes, se esta fosse a vontade de Deus.
Aceitei o desafio. Depois de comunicar a minha decisão ao meu pároco dirigi-me ao Seminário menor de Resende para o primeiro encontro de pré-Seminário. Depois de lá estar não queria mais nada para a minha vida a não ser ir viver para o Seminário. Queria ser um rapaz como todos aqueles que lá viviam.
Depois de ter ido ao Seminário mais dois fins-de-semana, matriculei-me no 7.º ano e no dia 19 de setembro de 2005 entrei no Seminário.
Como era de imaginar, os primeiros tempos são sempre bastante difíceis, sobretudo devido à separação da família e amigos, mas sempre tive como lema a expressão que está na parede da capela do Seminário de Resende: “Vem e Segue-Me”(Mt.5, 27). Este chamamento que Jesus fez aos seus discípulos continua hoje a fazê-lo a todos nós e a mim particularmente fez-me caminhar com mais confiança ao longo destes anos todos.
Apesar de terem surgido algumas dificuldades, com a ajuda da equipa formadora doSeminário, dos amigos, e sempre com a ajuda e proteção de Nossa Senhora de Lourdes, padroeira desse Seminário, ultrapassei tudo. Com o passar do tempo fui percebendo que o Seminário era como que uma família para mim. E assim passaram 7 anos.
O final do 12ºano foi muito marcado por algumas dúvidas. Muitas vezes me questionava: E agora? Que vou eu fazer? Mas de uma coisa tinha a certeza: sempre tive a ideia de continuar a estudar. Então com o passar do tempo senti algo a chamar-me de novo, que me fez tomar uma decisão. Depois de 2 encontros de pré-Seminário, no dia 26 de setembro de 2011 entrei para o Seminário Maior de Lamego para o 1ºano do curso de Teologia.
Neste momento estou no 5.º ano, a terminar o meu percurso no Seminário Maior Interdiocesano de São José, em Braga. Ao olhar para estes 11 anos que passaram “vejo-me obrigado” a agradecer. Agradecer a todos aqueles que confiaram em mim: aos meus párocos (Pe. José Filipe Ribeiro, Pe. Leontino Alves e Cón. José Manuel Melo) que me acompanharam ao longo de todo este percurso, às equipas formadoras de ambos os Seminários e sobretudo à minha família e amigos que nunca deixaram que me faltasse alguma coisa.
Deixo ainda uma palavra para todos os jovens que possivelmente venham a ler este texto: não tenhais medo de seguir Jesus Cristo. Sede fiéis a vós mesmos. E por que não experimentar passar um fim-de-semana no Seminário? Os discípulos também não conheciam Jesus e no entanto seguiram-n’O. Que todos saibamos em cada dia renovar o nosso “SIM”, tal como Maria, e também responder ao convite que Jesus fez aos seus discípulos e que ainda hoje faz a todos nós: “Vinde comigo e farei de vós pescadores de homens” (Mt. 4, 19).
Vítor Teixeira Carreira, V ano, in Voz de Lamego, ano 85/50, n.º 4337, 10 de novembro