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Archive for 23/09/2015

Diocese de Lamego de luto: faleceu o Pe. Manuel João

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Foi encontrado sem vida, na manhã de quarta-feira, 23 de setembro, na Residência Paroquial do Vilarouco, o Pe. Manuel João Nogueira Amaral. Faleceu no final da tarde do dia 22 de setembro, resultado de asfixia, consequência de um ataque de epilepsia.

Natural de Penedono, nasceu a 14 de julho 1985 e foi ordenado sacerdote a 17 de julho de 2011.

Entretanto outras informações, nomeadamente sobre o funeral, serão dadas logo que haja novidades. O Corpo está a aguardar pela respetiva autópsia.

Era Pároco de Nossa Senhora do Rosário de Vale de Figueira a Velha; de Santa Catarina de Valongo dos Azeites; São Bartolomeu de Vilarouco; e Santíssimo Salvador de Pereiros.

A Diocese associa-se ao luto da família e das comunidades. Confiemo-lo a Deus, Pai de misericórdia.

FUNERAL e celebrações:

dia 24 de setembro | quinta-feira

17h00 – Missa na Paróquia do Vilarouco

Depois, o VELÓRIO FICARÁ NO QUARTEL DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS

19h00 – Celebração de Santa Missa, presidida pelo Pároco

dia 25 de setembro | sexta-feira

10h00 – Levantamento do corpo no Quartel dos Bombeiros

– Missa exequial na Igreja de Penedono, presidida pelo Sr. Bispo de Lamego, D. António Couto.

(Reposição de notícia): Tomada de Posse do Pe. Manuel João

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No dia em que FALECEU o Pe. Manuel João repomos, em jeito de comunhão com as paróquias que lhe foram confiadas, o dia em que com alegria e esperança entrada nas paróquias que lhe foram então confiadas:

“O dia 18 de Setembro vai ficar na memória das comunidades de Vale de Figueira a Velha, Valongo dos Azeites e Vilarouco, pois hoje acolheram um novo Pároco: o P. Manuel João Nogueira Amaral.

Na parte da manhã, seja Vale de Figueira, seja Valongo dos Azeites acolheram com muita alegria o recém ordenado sacerdote, apresentado pelo Mons. Joaquim Dias Rebelo, Vigário Geral da Diocese.

Na parte da tarde, foi a vez de Vilarouco receber o novo Pároco. Na sua homilia, o Mons. Joaquim Dias Rebelo recordou o P. Samuel Teixeira da Silva, a quem Deus chamou para Si, no passado mês de Janeiro, de modo repentino e inesperado. Incentivou também a que todos recebessem com alegria o novo Pároco, procurando colaborar com ele nas actividades paroquiais.

Mereceu uma especial palavra de reconhecimento o Mons. Henrique Paulo, bem como os outros sacerdotes do Arciprestado de S. João da Pesqueira que, nos últimos meses, com generosidade e abnegação, asseguraram a assistência religiosa naquelas Paróquias.

Na tomada de posse, marcaram presença os Arciprestes de S. João da Pesqueira, Mêda e Penedono, para além de outros sacerdotes vizinhos e amigos do P. Manuel João. Também os seus pais e irmão estavam presentes.

Ao terminar a Eucaristia, o P. Manuel João agradeceu a todos as boas vindas com que o receberam e pediu que todos estivessem disponíveis para colaborar na propagaçãoo do Evangelho.

Já depois da Eucaristia, a Associação Cultural, Deportiva e Recreativa Flor d’Amendoeira quiseram brindar o novo Pároco e todos os presentes com algumas danças típicas daquela zona, bem como com uma mensagem de Boas vindas.”

in (antigo blogue) da Diocese de Lamego

FUNERAL e celebrações:

dia 24 de setembro | quinta-feira

17h00 – Missa na Paróquia do Vilarouco

Depois, o VELÓRIO FICARÁ NO QUARTEL DOS BOMBEIROS VOLUNTÁRIOS

19h00 – Celebração de Santa Missa, presidida pelo Pároco

dia 25 de setembro | sexta-feira

10h00 – Levantamento do corpo no Quartel dos Bombeiros

– Missa exequial na Igreja de Penedono, presidida pelo Sr. Bispo de Lamego

À conversa com D. António Couto sobre a Visita Ad Limina

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Os bispos portugueses viveram, entre 07 e 12 deste mês, a “visita ad limina”, da qual se falou na edição anterior deste jornal e na qual participaram D. António Couto e D. Jacinto Botelho. No sentido de podermos levar aos nossos leitores algumas notas sobre este acontecimento eclesial, pedimos a colaboração do nosso bispo.

Senhor D. António, que balanço faz desta visita ad limina?

Para mim é sempre uma peregrinação aos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo, e também fazer sentir ao bispo de Roma, hoje o Papa Francisco, a nossa fidelidade e disponibilidade para acolher com amor e inteligência as suas intenções e ideias, rumos pastorais e modos de fazer. Os túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo foram, nos primeiros séculos da Igreja, os únicos grandes lugares de peregrinação de todos os cristãos. A visita ad limina Apostolorum tem de cumprir sempre esse objetivo. Fiquei com a ideia de que o fizemos muito depressa, muito a correr. Eu tive necessidade de lá voltar e de lá passar mais tempo. Pedro e Paulo são, como lembra a tradição antiga, os prôtóthronoi, os primeiros na cátedra da doutrina divina e salvífica. É preciso estar ali, junto deles, até estremecer alguma coisa em nós. A mesma atitude se deve reservar ao bispo de Roma. Tudo o resto, os restantes pontos da agenda, são mais ou menos úteis, são para preencher o ramalhete, mas estão longe de fazer estremecer. A visita ad limina Apostolorum que os bispos de Portugal realizaram recentemente teve um pouco de tudo isto. Para mim, ficou o que faz estremecer. No que vi e ouvi. O encontro com o bispo de Roma, o Papa Francisco, foi muito bom. As lições recebidas nos túmulos dos Apóstolos Pedro e Paulo, no silêncio, na oração e na meditação, foram importantes. Restam depois, como diz bem Robert Musil, as iluminações. Mas estas nunca me seduziram.

 Que importância e consequências podem ter tais visitas na vida da diocese?

Na minha vida, e, portanto, no que de mim passar para a nossa Diocese, mais autenticidade, mais Evangelho, mais Jesus Cristo. Não trago nenhuma diretriz específica, nenhum recado ou receita, para o andamento pastoral da Diocese. Antes da Visita, é-nos pedido um relatório pormenorizado sobre a vida da Diocese. Aí, sim, fui obrigado a refletir sobre a realidade da nossa Diocese e os rumos pastorais seguidos e a seguir. Quero crer que o relatório foi lido e sublinhado, mas não tive disso nenhum eco concreto. O encontro com o Papa Francisco, esse sim, apontou perspetivas e maneiras de ser e de fazer, que me parecem oportunas e incisivas, e que registei para que o bispo, os sacerdotes, os consagrados e os fiéis leigos da nossa Diocese dediquem mais tempo e qualidade à oração, à pregação e escuta da Palavra de Deus, e ao testemunho de vida. Sim, o Papa disse-nos que muitas vezes o nosso testemunho anula a nossa pregação. Nada que nós não soubéssemos já, mas é sempre bom ouvi-lo outra vez e outra vez e outra vez… até estremecer.

Como caracterizaria o encontro com o Papa Francisco?

Rico. Belo. Sereno. Claro. Certeiro. Sem nada na manga. Sem nada a defender. Sem nada a atacar. Bem ao estilo que todos já lhe conhecemos. Mas com uma vontade imensa de fazer passar a pessoa de Jesus Cristo. E deixando transparecer um coração atento e paternal para com todos, sobretudo para com os que mais sofrem, também como já nos habituou. Não começou a fazer discursos ou advertências. Pôs-se à vontade e pôs-nos à vontade. Quis ouvir primeiro as nossas perguntas ou inquietações, a que ele ia depois amavelmente respondendo com palavras certeiras ou um simples aceno de cabeça.

Entre outros temas, O Santo Padre falou do acompanhamento aos mais novos, da interparoquialidade e de abertura. Nesse sentido, que caminhos percorrer entre nós?

Sim. Temos de pensar seriamente a forma como estamos a viver a fé e a transmitir a fé. Mas isso já ia nos relatórios das nossas Dioceses. O Papa confirmou que temos de rever os caminhos seguidos até aqui, na área da iniciação cristã (catequese) e de toda a formação (religião e moral católicas e formação de adultos). Impõe-se muito mais anúncio direto e simples do querigma cristão juntamente com o testemunho, e saber pôr as crianças, os jovens, as famílias numa verdadeira envolvência cristã. Claro: precisamos de sacerdotes que o sejam verdadeiramente, a tempo inteiro e coração inteiro. Há tanta coisa à nossa espera. Desde a oração, à formação, ao testemunho. Precisamos de verdadeiros líderes cristãos, que arrastem por contágio as pessoas desanimadas e cansadas. A «debandada» de que falou o Papa lembra os pássaros. E os sociólogos atentos, como Zygmunt Bauman de há muito que comparam a juventude aos pássaros. Foi assim que, à imitação dos pássaros, nasceu em 2006, o Twitter, que quase reproduz os sons emitidos pelos pássaros em bando (tweet, tweet…), uma forma de dizerem «estou aqui», no bando. Mais ou menos o que se verifica na juventude em bando, sempre com o telemóvel a emitir sinais. Pergunto: como captamos esses sinais? Como respondemos? O que temos feito para ir ao encontro dos jovens? O que estamos dispostos a fazer? Ou estamos contentes com o que temos e com o que fazemos? Há aqui um mundo de imaginação e de proximidade que temos de saber construir. O tema da interparoquialidade e da intereclesiadade impõe-se hoje, e sempre se impôs. É da própria natureza da Igreja. Sim, temos de aprender a partilhar muito mais uns com os outros. Ficamos mais ricos. E temos também de aprender a partilhar os nossos párocos e os ministérios laicais. É um enriquecimento.

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Como interpreta o aparecimento do recente “motu próprio” do Papa sobre a questão da nulidade dos matrimónios dias antes da Assembleia sinodal sobre a família?

Sem mexer na doutrina, e o Papa repetiu-o, e tem-no repetido. Mas o que pudermos fazer já para agilizar as coisas práticas, isso devemos fazer já. Há, de facto, assuntos, de prática pastoral, não doutrinária, que podemos simplificar, facilitar, agilizar, e tornar mais baratos ou mesmo sem custos para as pessoas que reunirem as condições necessárias. Sim, há ainda outra luta mais importante pela frente, de que ainda poucos se apercebem. É a indiferença e a insensibilidade, em que esses problemas de nulidade ou outros já nem se põem, em que tanto se nos dá como se nos deu; mas é sobretudo a equivalência, em que tudo é igual e tudo vale o mesmo. Esta é a verdadeira luta que teremos pela frente nos próximos anos. Sim, chegam tempos em que o bem é igual ao mal, a noite ao dia, a família aos bandos…

in Voz de Lamego, ano 85/43, n.º 4330, 22 de setembro

Aniversário da Ordenação Episcopal de D. António Couto

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D. António José da Rocha Couto, foi ordenado Bispo no dia 23 de setembro de 2007, em Cucujães, pelo que nos unimos em oração e com amizade de Lhe desejamos uma pastoreio profícuo, para que através do Seu ministério a Igreja de Lamego se sinta enviada e faça da Casa do Pai Casa de Oração e de Misericórdia.

D. António José da Rocha Couto

Data Nascimento: 18 de abril de 1952.

Naturalidade: Vila Boa do Bispo, Marco de Canaveses, Porto

Ordenação Sacerdotal: 3 de dezembro de 1980, em Cucujães.

Nomeação episcopal: 6 de julho de 2007, para Bispo Auxiliar de Braga.

Ordenação Episcopal: 23 de setembro de 2007, no Seminário das Missões, Cucujães, Oliveira de Azeméis.

Nomeação para Bispo de Lamego: 19 de novembro de 2011.

Tomada de Posse: 29 de janeiro de 2012.

Blogue de D. António Couto: www.mesadepalavras.wordpress.com

PAIXÃO E PASTORAL | Editorial Voz de Lamego | 22 de setembro

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A edição desta semana da Voz de Lamego é preenchida com a Visita do Papa a Cuba, com as entradas dos novos Párocos, com a ressonância da Visita Ad Limina Apostolorum, com entrevista ao D. António Couto, e com muitas outras notícias e reflexões.

Estando próximo o início do Ano Pastoral (abertura no Seminário Maior, no próximo dia 3 de outrubro), o Pe. Joaquim Dionísio, Diretor da Voz de Lamego, desafia-nos a refletir e a viver a pastoral com paixão, de quem se compromete com alegria, imitando a Paixão de Jesus pela humanidade.

PAIXÃO E PASTORAL 

No início de mais um ano pastoral, quando a realidade é lida à luz do evangelho e as acções a desenvolver são pensadas e programadas com o objectivo de cumprir a acção missionária da Igreja, o verbo “fazer”está muito presente.

Na verdade, quantas coisas fazemos ao longo do dia, de um ano ou de uma vida? O fazer ocupa-nos e também nos define. Porque, com esforço, dedicação, perseverança e até sacrifício, somos seres que “também se fazem”, entendendo por aqui o cuidado em crescer, avançar, aperfeiçoar-se… O nosso crescimento pode acompanhar e até resultar do que fazemos. Somos seres que se fazem enquanto fazem.

Mas a conversão pastoral, necessária para a contínua reforma eclesial constantemente referida e proposta pelo Papa Francisco, não pode limitar-se ao acto de “fazer”.

No caso da acção pastoral, que abrange todos os baptizados e de forma particular os que na comunidade são ministros ordenados ou desempenham algum ministério ou serviço, importa sublinhar que o “fazer” não pode estar isolado do “sofrer”! E esta foi uma nota escutada recentemente ao nosso bispo. Isto é, se nos limitarmos a fazer, o empenho esbate-se no agir; no caso da paixão, implica sofrer.

Ao falarmos da missão da Igreja, isto é importante. Se é apenas “ação pastoral” ficamos no âmbito do “fazer”, algo estranho e relativamente “indolor”. Mas se há paixão, isto implica “sofrer”, viver apaixonadamente, comprometer-se interiormente. Por isso, em vez de “ação pastoral” deveria experimentar-se e protagonizar-se a “paixão pastoral”. Sentir o que se faz é fundamental para ir mais longe e ultrapassar a rotina ou burocracia.

Por aqui se chega ao “cristão apaixonado”, muito mais que um “cristão praticante”, e se compreende a diferença entre o que apenas colabora e o que se compromete.

in Voz de Lamego, ano 85/43, n.º 4330, 22 de setembro