Arquivo
D. António Couto | Regresso a Marcos
O Evangelho de São Marcos, que esteve “na gaveta durante 19 séculos”, é agora declamado em “palcos da Europa e dos Estados Unidos”, disse D. António Couto, um dos orientadores do plano de estudos no Curso de Missiologia.
O bispo de Lamego é um dos conferencistas na iniciativa que decorre em Fátima, até domingo.
Este especialista em Sagrada Escritura afirma que o Evangelho de Marcos provoca impacto em quem o escuta e está de acordo com os tempos atuais: “Hoje, num tempo de perseguição como era o primeiro século, a época em que o texto foi escrito, estamos num ambiente semelhante e como nunca é preciso regressar ao Evangelho de Marcos”.
O prelado dava conta da forma como o narrador Marcos consegue mostrar a dinâmica missionária da sua comunidade, dentro dos riscos de uma comunidade perseguida que tem muitas semelhanças com a atualidade.
Este curso bienal que decorreu em Fátima, no Seminário da Consolata, é uma iniciativa dos Institutos Missionários ‘Ad Gentes’ e conta com o apoio das Obras Missionárias Pontifícias; a edição 2015 corresponde ao 2º ano do ciclo.
Os destinatários desta formação são todos os que se envolvem na atividade pastoral da Igreja.
A irmã Célia Cabecinhas, que integra a organização em nome dos Institutos Missionários ‘Ad Gentes’ contou 70 participantes. “Podiam ser 700” reconhecia esta religiosa, sem esconder algum desapontamento pela indiferença de muitos cristãos perante as oportunidades de formação.
A iniciativa propõe-se apresentar as bases bíblico teológicas da missão ‘ad gentes’, repensar a missão à luz do Vaticano II e percorrer as etapas mais importantes da história da evangelização e da reflexão missiológica.
in Voz de Lamego, ano 85/40, n.º 4327, 1 de setembro
Bodas de Ouro Sacerdotais | Pe. Vítor Rosa
“Uma vida ao serviço da missão”. Foi uma das várias expressões que o Sr. D. António Couto utilizou, dirigindo-se ao Sr. Pe. Vítor Esteves Rosa, na celebração das suas bodas sacerdotais que teve lugar na tarde do passado dia 29 de Agosto, na Igreja Paroquial de Lamelas.
A Eucaristia, que começou pouco depois das 15h00, e presidida pelo Sr. Bispo, contou com a presença do Mons. Joaquim Dias Rebelo, Vigário Geral, e um grupo numeroso de sacerdotes. Participaram muitos fiéis, não só de Lamelas, mas também de São Joaninho, Moura Morta e Castro Daire, ligados ao Sr. Pe. Vítor por laços de amizade e ministério sacerdotal. Marcaram, também, presença, várias autoridades civis. Os cânticos foram orientados por um grupo coral composto, quer por pessoas de Lamelas, quer de São Joaninho.
Na bela e simples celebração, o Sr. D. António Couto, na sua homilia, comentando as leituras do XXII Domingo do Tempo Comum, afirmou que Jesus enunciou, no texto do Evangelho proclamado (Mc 7, 1-8.14-15.21-23), o novo princípio ético do Novo Testamento: “a pureza do coração.” Uma ética “assente na limpeza e na pureza do coração”. E prosseguiu afirmando que é a Palavra de Deus aquela que purifica, por dentro, o coração do homem. Por isso, é necessário que o homem se aproxime de Deus. E este aproximar-se de Deus é empenhar o coração, ou seja “é pôr o coração no prego, numa casa de penhores. É, portanto, igual a morrer. Portanto, o que Jesus começa por criticar aos fariseus e escribas é o facto de erguerem à sua volta uma muralha de palavras, de ficarem enredados nas palavras, e de não arriscarem a vida.” E aludindo à celebração festiva desse dia, o Sr. Bispo salientou a importância da celebração das bodas de ouro sacerdotais do Sr. Pe. Vitor, sinal de uma vida ministerial longa e fecunda.
Antes da bênção final, o Sr. Pe. Diogo Pereira Filipe, Arcipreste de Castro Daire – Vila Nova de Paiva, agradeceu ao Sr. D. António a sua presença amiga e orante e, em nome dos sacerdotes do Arciprestado, ofereceu uma pequena lembrança ao Sr. Pe. Vítor. Também proferiu algumas palavras o Sr. Pe. José Augusto Matias Pereira, natural de Lamelas, agradecendo ao Sr. Pe. Vítor a sua dedicação às pessoas e àquela comunidade paroquial.
Por fim, foi o Sr. Pe. Vítor que agradeceu a presença do Sr. D. António, do Mons. Joaquim, de todos os irmãos no sacerdócio e a todas as pessoas que estiveram presentes e colaboraram na organização da celebração. Deu, ainda, um breve e tocante testemunho, sobre algumas das pessoas que marcaram o seu percurso de vida.
No final da Eucaristia, seguiu-se um momento de convívio, perto da Igreja, onde também marcaram presença muitas pessoas.
Pe. José Alfredo Patrício, in Voz de Lamego, ano 85/40, n.º 4327, 1 de setembro