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Seminário Interdiocesano de São José: Retiro Anual
Sob o tema “Dar-vos-ei pastores segundo o meu coração” o seminário interdiocesano de São José – formado pelos seminaristas maiores da diocese de Bragança-Miranda, Guarda, Lamego e Viseu – rumou ao Santuário do Imaculado Coração de Maria dos Cerejais, diocese de Bragança.
O retiro anual começou no dia 13 de fevereiro, sexta-feira, terminou no dia 17 do mesmo mês e foi orientado pelo Reitor do Santuário, o reverendo padre José António Machado. Durante estes dias os vinte seminaristas fizeram uma necessária paragem da rotina diária e foram chamados a refletir a sua vida e o seu chamamento à Luz da Palavra.
O primeiro dia foi utilizado para se fazer memória, cada um foi convidado a mergulhar no momento em que disse o seu sim e a atualiza-lo; o segundo dia para a identidade de jovens cristão seminaristas; ao longo do terceiro propôs-se o reencontro necessário com o Deus da História, com o Deus que nos ama e chama; e para terminar, como que agrupando todos os dias anteriores, foi proposto o entusiasmo como forma visível de demonstrar a certeza e a alegria do seguimento de Cristo.
Assim, o pregador do retiro quis transmitir-nos a certeza de que é bom corresponder ao chamamento de Deus, que se manifesta na vida de cada um, que nos ama e chama à conversão e a segui-lo na caridade.
O Santuário e o seu enquadramento paisagístico fizeram com que estes dias de escuta fossem mais apelativos para cada um de nós, quer no silêncio da capela quer na contemplação da natureza. Assim, vivemos melhor este encontro com Cristo, o bom Pastor, deixar ecoar melhor a sua Palavra.
O retiro terminou na terça-feira, dia anterior ao início da quaresma, depois de almoço. E antes do regresso a Braga houve ainda tempo para conhecer o Santuário de Santo Antão da Barca, localizado na mesma unidade pastoral, que foi, devido à construção da barragem do Sabor transferido da sua localização inicial.
Jorge Miguel 3ºAno (Diocese de Bragança-Miranda)
in VOZ DE LAMEGO, n.º 4303, ano 85/16, de 3 de março de 2015
PASTORAL VOCACIONAL | Pastor, o cultivador de todas as vocações
Todos os homens e mulheres são chamados (vocacionados) para a vida, para o amor, para a Igreja, para Deus. Por isso, toda a vocação acontece como experiência de encontro com o Senhor que chama, directamente (Gn 12, 1-9; Jr 1, 4-19; Mt 9,9; Mc 1, 17) ou através de outros (1 Sm 3, 7-10; Jo 1, 35-39).
A animação vocacional é um ministério de mediação nesse encontro interpelante com Jesus Cristo, ajudando os outros a darem-se conta do Senhor que passa pelas suas vidas, elegendo e chamando. Ajudar o irmão a encontrar-se vocacionalmente e a encontrar o Outro é um serviço da pastoral, na medida em que ajuda a descobrir e a percorrer caminho.
A pastoral vocacional é comunitária e o discernimento vocacional pode dar-se ao longo de caminhos comunitários: a liturgia e a oração, a comunhão eclesial, o serviço da caridade… O “acompanhamento”, após o anúncio e o convite pode concretizar-se na direção espiritual, no diálogo pastoral, na relação de ajuda… Colocar-se ao lado, acompanhando, respeitando o ritmo e mostrando caminho, na proximidade e na escuta.
Por isso, “é urgente passar de uma pastoral vocacionalmente administrada por um agente isolado, a uma pastoral cada vez mais entendida como ação comunitária, de toda a comunidade nas suas diversas expressões: grupos, movimentos, paróquias, dioceses, institutos religiosos e seculares…” (NVNE 26f).
Neste particular e nesta acção singular de anunciar e acompanhar, apesar de ser acção de toda a comunidade, assume particular destaque o “pastor, sobretudo o presbítero, responsável por uma comunidade cristã, o ‘cultivador directo de todas as vocações” (NVNE 29), com particular destaque para as vocações religiosas e ordenadas.
Sublinhando a presença e acção de tantas pessoas ao longo da caminhada: família, catequistas, professores, formadores, fiéis, bispos… não se pode esquecer o singular papel dos párocos e sacerdotes: deles se recebem incentivos e apoio, neles se pode ver o exemplo a seguir e o testemunho a continuar e a eles se agradece o convite, a presença e a oração que dedicam à missão.
Assim, a pastoral vocacional não se entende nem plenamente se concretiza sem a presença e ação dos sacerdotes que, localmente, melhor conhecem e mais rapidamente chamam, convidam e motivam a avançar. E zelar pela pastoral, vocacionalizando-a, é ato de semear para um futuro que já começou.
Acreditando na Providência divina e confiando na Sua ação, também se sabe o quanto a ação da Igreja (oração, convite, discernimento, grupos, retiros, diálogo, acolhimento…) é importante para que o plano de Deus se concretize. A solicitude pastoral dos presbíteros é fundamental para que todos os homens e mulheres se reconheçam vocacionados (chamados).
Comissão Diocesana Vocações e Ministérios,
in VOZ DE LAMEGO, n.º 4303, ano 85/16, de 3 de março de 2015