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Archive for 23/01/2015

Zona Pastoral de Resende | Formação |> A Jovem Família de Deus

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No dia 17 de janeiro de 2015, a partir das 9:30, realizou-se no Seminário de Nossa Senhora de Lourdes, em Resende, uma Formação denominada “A Jovem Família de Deus” sobre como edificar uma família em coexistência com um alicerce essencial à vida humana: DEUS, procurando construir a Família de Deus tendo como modelo Jesus, Maria e José.

Esta sessão de formação direccionada para os jovens da zona arciprestal de Resende foi bastante enriquecedora, uma vez que foram partilhadas opiniões de um seminarista, um sacerdote e casais (namorados católicos, recém-casados e um casal com 28 anos de matrimónio), cujas experiências de vida, testemunhos expressados se basearam neste conceito de Família com o intuito de tentar demonstrar aquilo que deve ser uma Família alicerçada na relação que estabelecemos com Deus.

Os aspetos mais relevantes que os casais referiram foram o facto de que não nos devemos só lembrar de Deus quando querermos afirmar o nosso amor por alguém, como por exemplo, no momento do matrimónio. Mas sim reconhecermos desde o início, a importância de uma caminhada com Deus, em que estejamos sempre “de mãos dadas” e perante a aliança que se fundará numa junção matrimonial, determinando um compromisso, não só com a pessoa que estará connosco para a vida, mas também reafirmando a nossa fé na presença de Deus.

No fim desta receção de conhecimento vivencial, dirigimo-nos ao refeitório do Seminário onde foi abençoada a refeição que tomamos.

Finalmente exprimimos toda a nossa satisfação com um cântico que se designava “Sonhei” e recitámos uma oração à Sagrada Família escrita pelo Papa Francisco e, assim, deu-se por terminado mais um encontro que consolidou o significado de partilha, que foi acolhido com grande recetividade, pelos jovens de Barrô, São João de Fontoura, São Martinho de Mouros e Resende da Zona pastoral de Resende.

Ana Cláudia, Gotas d’Orvalho, in VOZ DE LAMEGO, n.º 4297, ano 85/10, de 20 de janeiro de 2015

São Sebastião, Padroeiro de Lamego | Homilia de D. António Couto

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SÃO SEBASTIÃO

PADROEIRO PRINCIPAL DA DIOCESE DE LAMEGO

  1. A nossa Igreja de Lamego celebra hoje jubilosamente o seu Padroeiro principal, São Sebastião, MÁRTIR, isto é, TESTEMUNHA, verdadeira testemunha de Jesus Cristo. O MARTÍRIO, isto é, o TESTEMUNHO, de São Sebastião aconteceu, com certeza, na grande perseguição movida aos cristãos pelo imperador Diocleciano, nos primeiros anos do século IV. E o TESTEMUNHO dado até ao sangue por São Sebastião espalhou-se por muitas comunidades cristãs, ou a elas deu origem, de acordo com o célebre aforismo de Tertuliano: «Sangue de mártires, semente de cristãos». De tal modo que em muitos lugares, na voz do povo, São Sebastião ficou conhecido simplesmente como «O MÁRTIR», aquele que deu a vida por Jesus Cristo, e que deu e dá vida, DADOR DE VIDA, a tantas comunidades cristãs.
  1. As páginas da Escritura Santa, que hoje, neste dia 20 de Janeiro, tivemos a graça de escutar, ajudam-nos a aprender a ser MÁRTIRES, isto é, TESTEMUNHAS, isto é, DADORES DE VIDA, no exato seguimento de Jesus Cristo e do nosso Padroeiro, São Sebastião.
  1. A grande lição do bocadinho do Discurso Missionário de Jesus no Evangelho Mateus (10,28-33) está atravessada pela confiança em Deus, nosso Pai, que cuida de nós em todas as circunstâncias. Daí a locução «não tenhais medo!», que soa no pequeno texto de hoje por duas vezes (Mateus 10,28 e 31). Daí, a coragem serena que deve mover o discípulo e enviado de Jesus a falar claro, à luz do dia ou sobre os telhados, em todas as circunstâncias. De resto, é óbvio que sendo o discípulo de Jesus por natureza missionário, não pode viver escondido nas catacumbas ou amuralhado no seu grupo de pertença. O cristão tem sempre pela frente o risco do mundo e da própria vida.
  1. Depois, para ilustrar as suas palavras, surge o recurso característico de Jesus às imagens simples da vida campestre. Dois passarinhos são vendidos por um asse, que é uma moedinha de cobre, pequenina, que valia 1/16 avos de um denário. O denário era o equivalente ao salário de um dia de um trabalhador. Portanto, do menor para o maior, à boa maneira rabínica, se Deus, nosso Pai, cuida desses passarinhos, pequeninos, quanto mais fará sentir a sua providência amorosa sobre nós (Mateus 10,29-31).
  1. O Antigo Testamento abre caminho para o Novo, e o Novo para o Antigo. Na excecional lição do Segundo Livro dos Macabeus, também hoje escutada, tanta vida se descobre. Contextualizo. No ano 167 a. C., o selêucida Antíoco IV Epifânio desencadeou uma violenta perseguição antijudaica (a primeira perseguição religiosa de que há memória na história), cujos ecos se podem ver no Segundo Livro dos Macabeus, Capítulos 6 e 7, um extraordinário díptico que mostra, no Capítulo 6.º, a fidelidade heroica do velho Eleazar, e, no Capítulo 7.º, a mesma atitude por parte dos sete jovens irmãos Macabeus e sua mãe. Foi este segundo episódio que hoje escutámos. A narrativa está cheia de heroicidade e de fé no Deus vivo. Estes sete jovens e sua mãe afirmam aqui, de forma clara, a Ressurreição, aludida em muitas outras passagens do Antigo Testamento. Mas vale sempre a pena recuperar o quadro de Eleazar, um ancião de 90 anos, que também afirma e defende corajosamente a sua fé perante os perseguidores pagãos. Os dois quadros, o do velho ancião e o dos sete jovens e sua mãe, formam um belíssimo díptico que devemos colocar em lugar bem visível para os olhos do nosso coração, como se fosse, e é, um quadro de família. A tinta dos quadros ou das narrativas do Livro dos Macabeus, citando nomes e acontecimentos verdadeiros, é também de teor edificante. O Livro de Daniel, escrito provavelmente no Outono do ano 164 a. C., lê os mesmos acontecimentos também com o objetivo de encorajar os judeus piedosos a permanecerem firmes na sua fé durante a perseguição do tirano Antíoco IV Epifânio. No dizer deste Livro (12,1-3), pessoas como Eleazar ou os sete jovens irmãos Macabeus e sua mãe são os mestres sábios e justificadores, isto é, DADORES DE VIDA. Estes MESTRES, estas TESTEMUNHAS, MESTRES porque TESTEMUNHAS, ensinam, não teorias, mas a vida verdadeira, dando a sua vida por amor: é assim que vencem os violentos, não opondo-se a eles, mas amando, isto é, dando a vida e DANDO VIDA, ensinando a viver. Estes novos sábios e dadores de vida são, diz o Livro de Daniel, as novas estrelas que brilham para sempre! Todas as outras, as do cinema, da canção, do futebol, as do próprio céu, são cadentes e decadentes.
  1. Portanto, ensina-nos a lição da Primeira Carta de São Pedro (3,14-17), também hoje escutada: «Estai sempre prontos, preparados, para dar, a quem vos pedir, a razão da esperança que há em vós» (1 Pedro 3,15. Dá-se a razão, como se dá o pão. Sem argumentação. Mas com a mão e o coração. Não é em vão que a lição da Carta de São Pedro diz «razão» com o termo grego lógos. Está bom de ver que o lógos bíblico não é nada nosso, não são os nossos raciocínios teóricos e abstratos. A razão que somos chamados a dar não é um objeto do nosso pensamento, mas uma PESSOA: Jesus Cristo, Filho de Deus, nascido de Maria, «feito Homem como nós e que veio habitar no meio de nós» (João 1,14). É Ele a razão, o lógos, «pelo qual tudo foi feito, e sem Ele nada foi feito» (João 1,3). Estar prontos, preparados, para dar a razão, o lógos, da nossa esperança, é estar prontos a dar a este mundo Jesus Cristo!
  1. De resto, amados irmãos, é de Jesus Cristo que este mundo precisa. É Jesus Cristo que as pessoas nos pedem. Foi Jesus Cristo que São Sebastião deu ao mundo no seu tempo. É Jesus Cristo que São Sebastião, Padroeiro da nossa Diocese, nos entrega hoje. Não como um valor a conservar e guardar com todas as cautelas em alguma gaveta ou cofre-forte. Mas para nós o entregarmos generosamente aos nossos irmãos. Quando celebramos um mártir, não sobra lugar para o acidental. É Jesus Cristo que um mártir tem nos olhos e no coração. É esta herança do essencial, sem estratégias ou malabarismos, que recebemos do nosso Padroeiro.
  1. Jovem soldado, jovem mártir, São Sebastião, ensina a tua Igreja de Lamego, que proteges, a estar sempre pronta, preparada e diligente para dar Jesus Cristo aos nossos irmãos que no-lo pedem. Ámen.

+ António, vosso bispo e irmão

Conselho Pastoral Arciprestal: Moimenta, Tabuaço e Sernancelhe

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O Conselho Pastoral Arciprestal de Moimenta da Beira, Tabuaço e Sernancelhe reuniu pela primeira vez, no passado domingo, dia 11 de Janeiro pelas 15 horas, no Centro Paroquial de Moimenta da Beira.

Cerca de 30 pessoas estiveram presentes representando as diversas paróquias dos referidos concelhos.

Nesta reunião, após a oração inicial e apresentação de todos os elementos, foram explicadas as funções destes conselhos pastorais e qual a ligação entre este e o Conselho paroquial e diocesano.

Por último, foi ainda debatido o plano pastoral proposto para este ano.

Certos que com estas reuniões nos sentiremos mais acompanhados e apoiados nas respetivas paróquias, aguardamos com fé cada etapa deste percurso.

Dulce Santos, Paróquia de Arcos, Tabuaço

in VOZ DE LAMEGO, n.º 4297, ano 85/10, de 20 de janeiro de 2015