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ENCONTRO DO PRÉ-SEMINÁRIO
No fim de semana de 22 e 23 de Novembro decorreu o primeiro encontro do Pré-Seminário deste ano lectivo, para os jovens do 11º e 12º anos de escolaridade. Este encontro teve lugar no Seminário Maior de Lamego e nele participaram, o Ilídio, natural da paróquia de Pendilhe, Vila Nova de Paiva e o Rui, da Paróquia de Vila Nova Souto d’ El Rei, Lamego, que frequentam o Seminário Menor de Resende. Estavam inscritos mais dois jovens que, por determinadas razões, não puderam estar presentes.
O encontro começou no Sábado dia 22, com um tempo de reflexão, formação, partilha e testemunhos. Uma visita à igreja mais antiga da Diocese e das mais antigas da Península Ibérica, a “Igreja de S. Pedro do Balsemão”, que está muito relacionada com os primórdios da fundação da nossa Diocese. Neste lugar lemos e meditámos alguns textos do Evangelho que descrevem e apresentam o “sepulcro vazio”, a certeza da Ressurreição de Senhor, do anúncio do Evangelho até aos confins do mundo e da propagação da fé cristã. A seguir falou-se, em grupo e individualmente, sobre o questionamento e o discernimento vocacional. À noite houve tempo para o visionamento de um pequeno filme sobre a dignidade e a importância do sacerdócio ministerial desde os tempos dos Apóstolos, tendo como lema o convite de Jesus: “Vem e segue-Me”. Ao longo deste dia também houve oportunidade para o convívio com alguns seminaristas do Seminário Maior.
No Domingo, dia 23, reflectiu-se sobre a missão de cada baptizado (chamado) e dos diferentes ministérios ou serviços no âmbito da acção e missão da Igreja no mundo; a reflexão sobre este tema prolongou-se pela tarde, em que na Sé Catedral se celebrou a Solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo Rei do Universo, o Dia da Igreja Catedral, no decorrer da qual D. António Couto ordenou dois diáconos: o Fabrício e o Valentim. O próximo encontro de Pré-Seminário está marcado para o início do mês de Março. Para esse encontro apelamos, sobretudo, aos párocos que nos indiquem alguns jovens das suas paróquias, que possivelmente e livremente queiram fazer esta experiência de encontro de Pré-Seminário, conhecer o Seminário e possam vir a acolher a vocação ao sacerdócio.
Pe. Vasco Oliveira Pedrinho
Diretor do Departamento Diocesano da Pastoral Vocacional
in VOZ DE LAMEGO, n.º 4291, ano 84/53, de 2 de dezembro de 2014
ANO DA VIDA CONSAGRADA
Visibilidade e reconhecimento a um estilo de vida cristão
A Igreja Católica começou, no passado sábado, a assinalar o Ano da Vida Consagrada, convocado pelo Papa Francisco, com uma vigília de oração em Roma, sob a presidência do responsável pelo setor na Cúria Romana, cardeal João Braz de Aviz. A iniciativa decorre nos 50 anos da publicação do decreto do Concílio Vaticano II sobre a Vida Consagrada, ‘Perfectae caritatis’, e foi explicada aos religiosos de todo o mundo pelo próprio Papa, através de uma carta apostólica publicada na sexta-feira.
O cardeal brasileiro D. João Braz de Aviz referiu à Rádio Vaticano que Francisco convida os consagrados da Igreja Católica a reforçarem a sua identidade de “discípulos de Jesus”, voltando à intuição dos “fundadores e fundadoras” das ordens e congregações, “com os olhos abertos ao diálogo com o mundo”.
O presidente da Conferência dos Institutos Religiosos de Portugal (CIRP) encara a celebração do Ano da Vida Consagrada como uma hipótese dos consagrados e consagradas mostrarem à sociedade a força que continua a marcar a sua missão, mesmo no meio de muitos desafios e dificuldades.
De acordo com a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e Sociedades de Vida Apostólica, da Santa Sé, a média de abandonos dentro das ordens religiosas e seculares é atualmente de 3 mil por ano. A falta de vocações, realça o padre Artur Teixeira, tem feito com que muitos olhem para a Vida Consagrada como uma “espécie” em “extinção” e deve sem dúvida “questionar profundamente” os religiosos e religiosas acerca da sua “fidelidade ao Evangelho”.
O padre David Sampaio, docente de História da Igreja na Universidade Católica Portuguesa, recorda, no dossier publicado na mais recente edição do Semanário ECCLESIA, que a Vida Consagrada é “uma forma de vida cristã que se reporta aos primeiros séculos do cristianismo”. Já o padre Manuel Morujão, jesuíta, refere na mesma publicação que “desde os começos da Igreja, houve homens e mulheres que, pela prática dos conselhos evangélicos de castidade, pobreza e obediência, procuraram seguir mais de perto a Cristo no seu estilo original de vida”. A irmã Maria de Fátima Magalhães, da Companhia de Santa Teresa de Jesus, escreve por sua vez que a Vida Consagrada “será sempre um dom, uma ‘boa notícia’ para a Igreja e para o mundo. O bispo do Algarve, D. Manuel Quintas, viu a sua vocação crescer dentro da Congregação dos Sacerdotes do Sagrado Coração de Jesus, onde fez os primeiros votos e foi mais tarde ordenado sacerdote a 12 de junho de 1977. Para o prelado natural de Trás-os-Montes, “ser consagrado é a realização de uma vocação batismal” e também “uma opção pessoal, em resposta a um apelo que se sente como cristão”.
“A Vida Consagrada não é muito falada. Nós falamos com crianças e elas não sabem o que é, quando na realidade a consagração é uma presença fundamental para a Igreja”, sublinha à Agência ECCLESIA o padre Miguel Ribeiro, missionário espiritano de 37 anos, religioso desde 2006.
O Papa Francisco propôs que a Igreja Católica vivesse um tempo, até 2 de fevereiro de 2016, em que a ação dos consagrados, religiosos e leigos consagrados, estivesse no centro, dando testemunho, “com diferentes carismas e espiritualidades”, de um trabalho realizado em prol de “uma sociedade mais justa e fraterna”.
Leiga consagrada, pelo Instituto Secular das Cooperadoras da Família, Elizabete Puga reconhece que o serviço realizado por pessoas que “mantêm a sua profissão e estão inseridas na sociedade, vivendo os conselhos evangélicos de pobreza, castidade e obediência” causa estranheza.
Rosário Virgílio, presidente da CNISP (Conferência Nacional dos Institutos Seculares de Portugal), deseja que este ano “contribua para um maior conhecimento desta vocação”, a secularidade consagrada, e que se “deixe de identificar vida consagrada com a vida religiosa”.
in VOZ DE LAMEGO, n.º 4291, ano 84/53, de 2 de dezembro de 2014