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À CONVERSA com o Responsável da Comissão Diocesana da Família
À CONVERSA COM… Padre Manuel Carlos Pereira Lopes
A Assembleia extraordinária do Sínodo dos Bispos sobre a Família terminou, deixando pistas, identificando dificuldades e mostrando possibilidades, tendo em vista o Sínodo de 2015, onde se esperam decisões importantes. No rescaldo desta Assembleia procurámos o responsável Diocesano pela Comissão da Família, Pe. Carlos Lopes, pároco de S. Pedro de Tarouca.
Como viu esta Assembleia Sinodal, nomeadamente quanto à vontade e capacidades da Igreja em lidar com o tema da Família?
Relevo para a forma como a assembleia sinodal foi preparada, designadamente através do questionário disponibilizado a quem desejou aceder a ele e que provocou uma avalanche de respostas vindas de todo o mundo, o apelo que o Papa lançou a que os participantes se pronunciassem com inteira liberdade, ousadia, sem medo do que outrem pudesse pensar ou falar. Salienta-se também a inovação metodológica com o começo de cada sessão pelo testemunho dos casais que foram convidados a participar. Não foram meros observadores nem menorizaram as discussões episcopais nem o contributo dos peritos.
No sínodo ressoou a voz do Povo de Deus em ordem a que se definam as melhores formas de ajudar as igrejas particulares a percorrer o caminho do Evangelho da família ante os desafios que o mundo atual apresenta a todos. E essas melhores formas têm de ser encontradas no dinamismo da sinodalidade, ou seja, caminhando, caminhando em conjunto, avançando ou parando e mesmo recuando, conforme as necessidades.
Na aula sinodal houve discussão acesa que extravasou para a comunicação social. Mas é o próprio Papa Francisco a confessar que “ficaria muito preocupado e triste se não tivesse havido estas tentações e estes debates animados”, “se todos tivessem estado de acordo ou ficassem taciturnos numa paz falsa e quietista”. Com efeito, a unidade não discutida não se reveste da solidez necessária e precisa da variedade tal como o homem “uno” carece da variedade alimentar.
Como referiu D. Diego Padrón, presidente da Conferência Episcopal da Venezuela e participante no Sínodo sobre a Família “O Papa não quer uma Igreja que atire pedras aos pecadores, aos débeis, aos que têm dificuldades, mas uma Igreja que saiba acolher”.
Sabemos que este foi mais um passo para preparar o Sínodo do próximo ano. Do seu ponto de vista, que perspectivas ficaram?
Esta assembleia sinodal extraordinária foi projetada para fazer a propedêutica da agenda dum Sínodo dos Bispos ordinário sobre a família, convocado pelo Papa Francisco para outubro de 2015. Ler mais…