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PORTUGAL AGRADÁVEL | Editorial Voz de Lamego | 12-8-2014
Depois de duas semanas de férias, o Jornal da Diocese, Voz de Lamego, está de volta. Durante as férias a vida continua e desta feita a edição do jornal traz também até nós alguns eventos que mobilizaram pessoas e comunidades. A primeira página reflete a perseguição aos cristãos do Iraque que os conduz para fora deste país. E logo a chamada para a Semana das Migrações que decorre de 11 a 17 de agosto, cuja Peregrinação Internacional a Fátima será presidida pelo Bispo do Porto, D. António Francisco dos Santos.
Um desafio permanente dos diversos colaboradores habituais que convidam a alargar horizontes, no compromisso concreto de viver melhor e mais comprometidos com os outros. Pelas páginas centrais os acontecimentos destes dias: o falecimento de Monsenhor Simão Botelho, a Festa de São Domingo do Mosteiro das Dominicanas, presidida por D. António Couto, o ritiro dos jovens da paróquia da Sé, os jovens da Diocese de Lamego e sobretudo de Almacave em Taizé, a primeira reunião do Conselho Pastoral; 4.º Edição do Verão é Missão, promovida pelos Jovens Sem Fronteiras, de Vila da Ponte, como proposta aos jovens da Diocese; os 500 anos dos Forais manuelinos, na Freguesia de Pinheiros, Zona Pastoral de Tabuaço, no início do mês de julho, e de Samodães, no Arciprestado de Lamego, no próximo fim de semana; o 137.º aniversário dos Bombeiros Voluntários de Lamego, entre outras notícias. Sublinhe-se também a proximidade da Festa maior da cidade de Lamego e da região, a Festa de Nossa Senhora dos Remédios, e também a Marcha e Corrida solidária da Mulher duriense no último dia de agosto. Pelo meio informações sobre a Igreja e sobre a região, com o comentário às leituras do próximo domingo e um resumo das intervenções do Papa Francisco nos últimos dias.
Segue o EDITORIAL que nos ambienta em tempo de férias e no pluralismo de reflexões e de acontecimentos.
PORTUGAL AGRADÁVEL
Entre nós, verão é sinónimo de ocupação diferente do tempo, proporcionando a muitos o desejado descanso das habituais ocupações e um intervalo nas responsabilidades assumidas. Nesta altura, neste interior desertificado e quase sempre esquecido nos períodos em que não há campanhas eleitorais, há festas que aproximam e promovem encontros, romarias que mantêm vivas tradições, chegadas alegres que não evitam lágrimas nas partidas com promessas de regresso, há aldeias envelhecidas que se animam e gente cansada que recupera forças…
Para lá do convívio e do descanso, o período estival pode também proporcionar viagens e contactos com realidades do mundo indirectamente conhecidas. E se viajar e “andar por lá” nos permite um conhecimento sem a participação de terceiros, também é verdade que tal contacto nos permite uma melhor avaliação do que somos, da vida que vivemos e dos meios de que habitualmente usufruímos.
Porque não resistimos à comparação, não raras vezes, concluímos que não somos tão pequenos como dizem nem tão limitados como, às vezes, nos pensamos ou confessamos. Se viajar nos permite descobrir, também pode contribuir para nos conhecermos e valorizarmos.
Apesar da pequena área em que nascemos e crescemos, das irresponsabilidades de certos governantes ou da aparente impunidade dos “donos disto tudo”, a verdade é que somos um povo agradável no trato, esforçado em bem acolher e compreender, capaz de deixar saudades a quem nos visita.
A tão falada auto-estima lusa, tradicionalmente deficitária, é estimulada quando nos confrontamos com outras realidades humanas. Afinal, somos um povo simpático que merece ser conhecido e valorizado. Não apenas por termos dado “novos mundos ao mundo”, mas porque contribuímos para tornar mais agradável este mundo e mais alegres as vidas de quantos aqui vivem e por aqui passam.
Diretor, Pe. Joaquim Dionísio, VOZ DE LAMEGO, 12 de agosto de 2014, n.º 4275, ano 84/37